segunda-feira, janeiro 10, 2011

Quero gritar. Então eu grito. Eis-m e aqui; aqui sou e estou. Sinto-me. Sinto-me entreaberta e inteira. A realidade não me assusta. O agora me revela.

Revelaria lhe o que era, mas já não posso.
Tudo se passou com o instante.
Sinto-me viva, não queira entender: é o fluxo contínuo a espera que cavalgando até mim me fez ressurgir.
Eu lhe disse não se lembra?
Nem mesmo a mais tenebrosa tempestade é... Reabasteço-me vivendo.
Literatura salva, por isso, estamos vivos.
Porque assim como a aranha tece diligentemente suas teias, nós vamos tecendo nossas vidas.
E eu lhe diria: Viva! E so.
O grande Deus está por nos guiar.
A paz interior dato lhe está.
Como estás? Oh pobre alma abandonada tu és o fluxo que guia toda a direção. Tu és o pardal que caiu do ninho e mudou a rotina de mim.
Aprendi que tudo se encaixa no final: Dois corpos na proporção ideal do desejo.
Nada de delicado tinha o leopardo... Um nojo hostil da brusca repetição. Eis o acasalamento do mundo.
Sem paranóias, eu sou e ponto.
O fluxo que segue.
Bem sei eu que a silenciosa dor esta a descansar. Enquanto isso nos basta à espera, a introspecção, a fuga, a fuga nossa. O elo: eu e a solidão. A simplicidade da aura humana. O despertar para o mundo. Eis-me só: Eu e eu, mas enquanto tiver a mim nunca estarei de toda sozinha.
Graça, porque de graça se encontra todo o meu leve fardo espiritual. 

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