É perigoso pensar, pensar em
todas as coisas dá vida, pensar nos momentos tão incertos, nos certos e
incertos que nos norteia. Cansada, eis a palavra para tudo. Cansada da própria vida
que habita em mim, cansada de fingir o tempo todo, de mostrar uma personalidade
angelical quando na verdade tenho em
mim meus próprios demônios.
O tempo, essa criatura mortal que
fragilmente vai tecendo suas teias, vai roendo tudo que foi e será. Viver, qual
a razão principal para se viver num mundo habitado por loucos, sou eu a minha loucura
sem fim, tal desigual e igual a mim mesma. Eu que não sei ceder, na verdade
estou ao ponto de perder o único receio, então me jogar de um penhasco não
seria tão ruim.
Sim, estou adocicadamente doente,
adocicada de continuar vivendo, sentir e amar. Amor, de um amor tão torto e
delicado, tão delicado e pecaminoso quanto cada um de nós. Não sei quem sou,
nem ao menos se ir ou ficar fará chover e levar embora toda essa tristeza que
já nem dói mais, estou adormecida de mim mesma, estou caindo em meio ao caos
que eu mesma criei.
Não há filosofia suficiente que
aquiete meu espírito, não há Caio, Bernardi ou Lispector, Salmos e nem mesmo você,
você que teve sorte de sair de fininho antes que fosse contagiado por mim. Tenho
ficado mais pirada, esse corpo estranho que mora em mim há tanto tempo que já
nem sei mais como deixá-lo. Acho que fugi a vida toda e agora só me resta
novamente esperar, eu que te esperei tanto tempo, agora espero por mim, essa
busca inacessível.
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