Quando
de repente, parei para observar o passar dos dias, notei que a vida não faz
nenhum sentindo. Qual o sentido da vida se ela em suma tente-se a resumir em
quilômetros, contas e faltas. Quem pode garantir que o viver não seja ganhar
rugas de preocupações pelas agendas lotadas, atrasos cometidos e brigas mal
resolvidas. Talvez as percas nos ensine muito mais que os ganhos, as distâncias
nos faça avaliar a importância das coisas. Ah, os amores que se foram, as
famílias que partiram, como um velho poeta, "o correr da vida embrulha
tudo", como embrulha o estômago num ataque de borboletas. Quem sabe a
felicidade seja o laço cortado, a livre liberdade das perdas que nos habita crescer,
como se crescer fosse garantia de sucessos gloriosos e amores completos. Como
dizia minha adorável C.L "não sou nerd nem escritora", diga-me quem
sou nessa emboscada louca que é a vida. Não, não me diga, pois "o acordar
da liberdade é o que nos mata". Hoje quero viver as cegas, na escuridão do
que sou, nessa fragilidade que me envolve, se chorar ou se sorrir, ir, mesmo
incerto, mesmo sem jeito, mesmo fraco ou opaco. Como de súbito Clarice nos
toma, num ataque de fúria ou riso, o viver da vida embrulha tudo como
borboletas no estômago.
terça-feira, agosto 13, 2013
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Ame a si mesmo
Como falar da vida sem mencionar as pessoas que um dia a tocaram de forma avassaladora? O ano está por um fio, embora a vida está posta...

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