
Tava tão quente, uma tarde ensolarada na qual nem era possível dormir. O vento abafado que vinha era inquietante, um domingo de maio que sufocava sua alma, sufocava sua vida.
Era ela triste ou estava acostumada a solidão, ou talvez fosse tão mesquinha e egoísta que se vitimava no próprio desespero.
Queria ela fugir desse vazio, desse destempero, e nem aquelas canções sublimes auxiliava-a na busca por sua fortaleza. Fortaleza essa que estava enfraquecida...por motivos vários que nem ela conseguia definir, estava enclausurada em seu próprio castelo com suas janelas e portas desconhecidas.
Então resolvera abster-se da literatura pegando o primeiro livro da estante e abrindo-o numa página qualquer:
“A razão da sem-razão que a minha razão se faz, de tal maneira a minha razão enfraquece que com razão me queixo de vossa formosura...
Feliciano da Silva.”
Resolveu fechá-lo pois Feliciano acabava lembrando felicidade,o que era muito contraditório para o momento e a sua razão muito paradoxal para clareza de seus sentimentos.
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