domingo, maio 02, 2010

Quanto vale ?!

A vida é tão estranha. Há momentos em que sou tomada por uma euforia louca em outros por uma infelicidade enorme.
Será possível perder o amor sem perder o juízo, Acho que sim.
Tantas coisas que nos faz pensar que é eterno, pra sempre e o que vejo é que as coisas da vida estão cada vez mais moldadas a faculdade do vício.
Tem um filme:500 dias com ela e ele comprova muito bem os casos da vida. Estamos tão acostumados a idealizações que não aceitamos perder, não aceitamos que finais existem e que nem mesmo a morte é capaz de findar tudo, porque o que vem depois da morte é o Paraíso. Então deveríamos amar o momento, amar aquilo que está
nos fazendo felizes sem se preocupar com os finais. Eu não sou tão insensível assim. Eu sofro e choro como qualquer outra pessoa e uma grande parte das coisas que faço é por 'amor.'
Mas na maioria dos casos a vida se encaminha de nos dar soluções e isso é um erro porque ela não ama, ela somente ‘decide’.
Não sei não, mas quando a magia acaba o Amor não deve morrer pois o
amor é muito mais importante que deleites.
Sei que tudo isso não passa de bobagem mas, são as minhas bobagens de agora.
Faça o que eu digo, não faça o que eu faço porque a verdade é que não ando tendo um
motivo sequer pra ir presa .

Eu sei, mas não devia
Marina Colasanti
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
A gente se acostuma as coisas, as rotinas e por Deus isso é vida?
Por que depois de uma vida inteira as pessoas não mais podem ser felizes? Por
Que mantermos

fieis a convenções se não somos
fieis a nós mesmos? Por que
manter a aparência se não estamos felizes? Por que se confinar num relacionamento que não mais existe, por que se acostumar a solidão, por que se preocupar a toa por que, nos acostumamos com a mentira, Por que nunca dizemos o que sentimos de verdade por que, nos escondemos atrás de crenças, de manias, de esperanças POR Quê E PRA quê não tentamos sermos felizes mesmo que seja somente por um minuto???
Porque fingimos de sábios mas, no fundo não passamos de ignorante.

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